segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Quando éramos crianças, nossos pais nos ensinaram:



"Em tudo dai graças".

É uma difícil lição. Difícil e sábia.
Há muita sabedoria nessas palavras, percebe? A lição não é "por tudo dai graças", porque ninguém vai agradecer por ter sido assaltado, por ter sofrido violência, por quase ter morrido. A idéia é outra: "EM TUDO dai graças." Alguém foi assaltado e agredido. Não se trata de agradecer por isso; mas sim, em meio a isso, agradecer, por exemplo, por ter sobrevivido após tamanha violência.

Não vou discutir segurança pública, nem desigualdade social, tampouco vou me deter, aqui, na questão da violência nos grandes centros urbanos, notadamente no Rio de Janeiro. É chover no molhado. Mas quero dizer que aprender a ser grato em qualquer circunstância, na alegria e na adversidade, na prosperidade e na desventura, é uma postura que nos leva a ter um coração manso, paz de espírito, nos leva a ser um pouco divinos, em nossa humanidade. Não é resignar-se. É aprender a ser grato. Ater-se, em qualquer situação, àquilo que nos foi dado ou permitido, como uma bênção, àquilo que não nos foi tirado, arrancado, destruído, e dar graças, é um exercício de aperfeiçoamento, uma necessidade, uma sábia e divina lição. Acima de tudo, porque, na adversidade, afasta o ódio, a sede de vingança, o desespero, a descrença na humanidade; e, na felicidade, nos traz mais satisfação e contentamento, anima a alma, inspira o sorriso, contagia as gentes.

Estive "fora do ar" por alguns dias, esta foi uma semana realmente difícil, mas existe alegria no meu coração, porque se em tudo devemos dar graças, eu agradeço porque alguém, que poderia ter morrido, sexta-feira passada, está vivo. E, muito grata, eu quero mais é celebrar a vida!

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