quinta-feira, 25 de setembro de 2008

UM ESTÍMULO ESPECIAL




Conta-se que uma família do leste europeu

foi forçada a sair de sua casa,

quando tropas inimigas invadiram

a localidade onde viviam.

Para fugir aos horrores da guerra,

perceberam que sua única chance

seria atravessar as montanhas

ue circundavam a cidade.

Se conseguissem ter êxito na escalada,

alcançariam o país vizinho e estariam a salvo.

A família compunha-se de umas dez pessoas,

de diversas idades.

Reuniram-se e planejaram os detalhes:

a saída de casa,

por onde tentariam a difícil travessia.

O problema era o avô.

Com muitos anos aos ombros,

ele não estava muito bem.

A viagem seria dura.

-"Deixem-me," falou ele.

-"Serei um empecilho para o êxito de vocês.

Somente atrapalharei.

Afinal, os soldados não irão se importar

com um homem velho como eu."

Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse.

Chegaram a afirmar que se ele não fosse,

eles também ali permaneceriam.

Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu.

A família partiu em direção à cadeia de montanhas.

A caminhada era feita em silêncio.

Todo esforço desnecessário deveria ser poupado.

Como entre eles havia uma menina de apenas um ano,

combinaram que, a fim de que ninguém

ficasse exausto, ela seria carregada por todos

os componentes da família,

em sistema de revezamento.

Depois de várias horas de subida difícil,

o avô se sentou em uma rocha.

Deixou pender a cabeça e quase em desespero,

suplicou:

-"deixem-me para trás. Não vou conseguir.

Continuem sozinhos."

-"De forma alguma o deixaremos.

Você tem de conseguir. Vai conseguir."

- falou com entusiasmo o filho.

-"Não." Insistiu o avô. "deixem-me aqui."

O filho não se deu por vencido.

Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:

-"vamos, pai. Precisamos do senhor.

É a sua vez de carregar o bebê."

O homem levantou o rosto.

Viu as fisionomias cansadas de todos.

Olhou para o bebê enrolado em um cobertor,

no colo do seu neto de treze anos.

O garoto era tão magrinho e parecia estar

realizando um esforço sobre-humano

para segurar o pesado fardo.

O avô se levantou.

-"Claro" - falou - é a minha vez.

Passem-me o bebê."

Ajeitou a menina no colo.

Olhou para o seu rostinho inocente

e sentiu uma força renovada.

Um enorme desejo de ver sua família a salvo,

numa terra neutra, em que a guerra seria

somente uma memória distante tomou conta dele.

-"Vamos" - disse, com determinação.

-"já estou bem.

Só precisava descansar um pouco.

Vamos andando."

O grupo prosseguiu,

com o avô carregando a netinha.

Naquela noite, a família conseguiu

cruzar a fronteira a salvo.

Todos os que iniciaram o longo percurso

pelas montanhas conseguiram terminá-lo.

Inclusive o avô.

Se alguém a seu lado,

está prestes a desistir das lutas que lhe compete,

ofereça-lhe um incentivo.

Recorde da importância que ele tem

para a pequena ou grande comunidade

em que se movimenta.

Lembre-o que, no círculo familiar,

na roda de amigos ou no trabalho voluntário,

ele é alguém que faz a diferença.

Ninguém é substituível.

Cada criatura é única e tem seu próprio valor.

Uma tarefa pode ser desempenhada

por qualquer pessoa,

mas uma pessoa jamais substituirá a outra.

Não permita que ninguém fique

à margem do caminho,

somente porque não recebeu um incentivo,

um estímulo, um motivo para prosseguir,

até a vitória final.

Autor desconhecido

Nenhum comentário: